Relato do meu parto: cesária


Sim minhas caras, o meu parto foi uma cesariana com hora marcada. Antes que o mimimi comece por aqui, eu quero dizer duas coisas: 1ª Sou a favor do parto que deixe a mulher mais a vontade e mais tranquila na hora H. 2ª Minha escolha não teve NADA a ver com o medo da dor.
Muita gente acredita que escolhemos esse tipo de parto por medo de sentir dor, mas, devo avisar a alguns desavisados que cesariana TAMBÉM dói. Só que dói depois e não antes/durante. Eu decidi essa via de nascimento pro meu filho por acreditar que psicologicamente eu estaria mais preparada para tê-lo dessa forma do que estaria se passasse pelo parto normal. Estava ciente de que poderia ter reações à anestesia e de que o pós-operatório seria incômodo. Não pensei em nenhum momento que não iria sentir dor.
Se você está gestante e em dúvida sobre os tipos de parto e por esse motivo, busca os relatos, eu quero te dizer uma coisa que considero importante: leia mesmo. Bastante. Pesquise os prós e os contras de cada parto. Mas não se baseie em experiências de ninguém. Cada ser é único, cada parto também. 
Mas, o que importa aqui é o relato, então vamos lá:

Ah, pega a pipoca que vai ser longo ...

"Marcamos o parto para o dia 19 de março deste ano, em uma quinta-feira. Eu estava tranquila com relação a passar por uma cirurgia, mas ao mesmo tempo ansiosa. Deixei para arrumar tudo de última hora, mas deu tudo certo. Acabei levando até o desnecessário. Eu tive um final de gestação agitado: andava de moto quando precisava (por necessidade e para perto), subia escadas. limpava o apartamento. Mas mesmo assim, não havia nenhum sinal de que o bebê pudesse vir antes da data marcada. No dia, levantei cedo, fui para a casa do meu irmão e tomei um café reforçado (o que me fez arrepender depois). Fomos para o hospital umas 9:00 am, o médico me examinou o básico (aferiu a pressão arterial, olhou minha boca, apertou minha barriga) e pediu que me preparasse no quarto que breve iríamos para a sala de cirurgia. Meu parto não teve aquele ar de glamour que tem nos filmes ou em novelas. Eu tomei outro banho por lá, me vesti e fiquei aguardando. Uma enfermeira explicou que eu teria de entrar sozinha para evitar riscos maiores de infecções e que dali a poucos minutos nós iríamos conhecer o meu filho. No começo eu fiquei chateada por só saber naquele instante que ninguém poderia ir comigo, mas depois eu só queria que tudo passasse logo e que eu pudesse ir para casa com meu filho. Às 12:00 pm fui chamada para a sala de cirurgia, e como disse, fui sozinha e parando pra pensar agora, acho que não pensava em nada exatamente. Meu esposo havia saído e não tinha retornado. No quarto estava uma cunhada, minha mãe e sogra me aguardando, mas ele não estava por lá quando saí. Confesso que isso também me chateou, mas depois descobri que ele estava bem mais nervoso que eu e não queria passar isso pra mim. 
Foi tudo muito rápido: pediram que eu me sentasse com a coluna um pouco curvada (a cabeça acima dos joelhos) para aplicarem a anestesia, que devo dizer: NÃO DÓI. Me deitaram assim que aplicaram e já começaram o procedimento. Corta daqui, puxa dali e meu filho veio ao mundo. Às 12:15 pm eu já estava retornando ao quarto. 
Durante o parto eu senti muito enjoo. Uma vontade louca de vomitar, o que já havia lido que é normal acontecer. Quando o médico estava me costurando, ele mexeu em algo dentro de mim e avisou que eu possivelmente sentiria um desconforto naquele momento e, de fato, foi o pior momento da cirurgia. Ali eu estava até arrependida de ter inventado fazer a cirurgia. Foi um enjoo que não tinha fim. Quando eles finalizaram aconteceu o momento bizarro do parto: eu via eles mexendo em minhas pernas. Elas subiam, desciam, iam de um lado para o outro e não pareciam me pertencer. Não sentia absolutamente nada (claro). Isso é estranho demais! Lembra aquelas bonecas que a gente arrancava as pernas, rs.
Meu bebê nasceu magrinho, até. 2,950 kg. Com 50 cm. Chorava desesperado e quando ouvi seu primeiro chorinho, senti um nó na garganta. Minha vida havia realmente mudado a partir daquele momento. Não cheguei a chorar por conta das sensações ruins que estava sentindo, mas estava emocionada e feliz! Ele era a cara do pai (ainda é). 
No quarto eu experimentei todas as reações possíveis à anestesia: senti um calor insuportável, suava, esquentava o rosto mesmo com o ar-condicionado ligado. Depois eu comecei a tremer. Tremia muito, mas não era de frio. Durou cerca de meia hora. Senti as pernas começarem a querer voltar os movimentos durante a madrugada e com isso me veio umas coceiras malucas, dessas que a gente não consegue achar o lugar. Minha mãe sofreu comigo, tadinha.
A primeira vez que amamentei foi delicioso: o Pedro era desesperado para mamar, mas se cansava rapidinho. Não senti dor nenhuma nos primeiros dias (complicou depois).
Gente, o primeiro xixi é uma novela. Passei duas horas tentando, expulsei meu marido do quarto umas duas vezes e depois do primeiro, foi a noite inteira com vontade. Ah, tinha que ser naqueles aparadores (saca que bacana), não usei a sonda.
O primeiro banho foi terrível. Tive de tomar sentada em uma cadeira, pois não conseguia me manter em pé. Ficava muito tonta. A enfermeira, já com uma certa idade e experiência, foi um doce e me ajudou com tudo.
O jejum pós-parto durou 24 horas! Depois só me serviram café com leite e biscoito que nem consegui comer. No almoço sopa.
Tive alta muito rápido. Passadas as 24 horas o médico me examinou e liberou. Pude ir para casa curtir o resguardo que é assunto para um próximo post."

Espero ter contado tudo direitinho, fazem 7 meses, então alguns detalhes já se perderam na memória. Tentei resumir o máximo para não ficar tãaao extenso, mas acho que não teve jeito, haha. 
Espero que tenha ajudado em alguma dúvida e que tenham gostado. Vou contar como foram os dias de resguardo em um post futuro (de uma forma menos confusa). Obrigada por ler, um beijo e até! :*

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